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domingo, 22 de agosto de 2010

Para Lidce!

Hoje fiquei sabendo da morte de uma estimada amiga. No momento não soube o que realmente senti, mas foi algo diferente, como se muitas das coisas que vivi não fizessem mais sentido diante de tal notícia.
Durante séculos vemos na morte uma figura destruidora, que por onde passa deixa um rastro de dor e sofrimento. Por um bom tempo eu também acreditava nisso, até chegar a conclusão de que a consciência da morte nos faz viver intensamente.
Podemos viver todos os nossos dias acreditando que temos tudo, que somos felizes, que já temos o suficiente e que não precisamos de mais nada da vida. Mas se tivermos a consciência da morte, se a virmos como uma amiga e não como vilã poderemos ser Reis do nosso Reino, viveremos em plenitude e, enfim, entenderemos o que é realmente viver.
Para a mulher que soube aguentar tudo o que a vida lhe impunha sem reclamar.
Para a mulher que sorriu quando estava triste, que venceu quando todos já acreditavam em sua derrota.
Para a mulher que levou alegria a todos, que colocou dentro de cada um de nós o gosto da felicidade.
Para a mulher que reacendeu a esperança no meio das trevas, que trouxe luz a todos nós e que agora leva luz ao reino dos céus.
Obrigado por tudo Lidce, pelo carinho, pelo amor e por algo que jamais esquecerei:A BELEZA DE SER HUMANO!

domingo, 25 de julho de 2010

Você sabia?


Você sabia que O Roubo da Santa passa no momento por um processo de divulgação inovador?
O escritor Rodrigo Queiroz faz uma divulgação em massa na internet, usando os mais variados sites de relacionamento, entre eles estão o Twitter, Orkut, Facebook, Myspace, Sônico, Youtube, Wordpress e MSN. Em breve a divulgação do livro ganhará as ruas com cartazes, anúncios digitais em ônibus e chamadas em rádios.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Foi descoberta a nova espécie humana: O Homo-Fóbicus


Hoje eu vou fugir um pouco do tema do Roubo da Santa, e compartilhar com quem quiser um texto que chamou minha atenção. Vivemos num país que rejeita o diferente, que olha torto pro que não é convencional. Sou adepto ou que chamam de "Movimento Pró-Homossexuais", que ajuda na integração desses seres humanos na sociedade e na luta por direitos mais abrangentes.
Me incomoda ter que sair nas ruas ou ler nos jornais, e ver casos tao escabrosos sobre a violência em relação aos homossexuais. Desculpem o tom da palavra: quero mais é que religião, conservadores, skin red's, vão todos para a puta que os pariu. Somos todos seres humanos, em nossas veias corre o mesmo sangue, somos todos cidadãos (embora eu ache o homossexual um cidadão mais integro e de caráter do que qualquer outro heterossexual que eu conheço). Jesus disse:"Amai ao próximo com se fosse seu irmão". Se todos seguem tao a risca a Bíblia então onde está o respeito? Onde foi parar a obediência à Jesus e Deus? Deixaram guardada na gaveta?
O relato-desabafo que segue abaixo será uma forma de mostrar a sociedade homofóbica em que vivemos. Sinto muito vergonha nesse momento.

O Medo de Ser

Por Jefferson Lessa
Ilustração de Claudio Duarte

Na semana em que a Argentina aprova o casamento gay, peço licença para relatar uma historinha banal. Moro num bairro aprazível e “tranquilo”, sonho de consumo de dez entre dez cariocas. Dos que não vivem lá, obviamente. “A grama do vizinho...”. Pois é. De um tempo para cá, por motivos que me são alheios, alguns playboys deram de gritar “veaaaaaado!!!”
quando me veem na rua. Outro dia, derrubaram minha pasta no chão. Numa noite anterior, rolou um inesperado banho de uísque com Redbull no casaco novo... Depois disso, a calçada ficou mais longa que uma maratona. Chegar à varanda torna-se uma decisão pesada, difícil de tomar. A pasta, o cheiro do uísque com Redbull... Difícil. Como vocês podem ver, trata-se de uma história de bullying, a palavra do momento. Seria só mais uma, não fosse o caso de atingir um certo cara no auge da meia-idade. Eu.
Nunca havia passado por isso antes. E não pretendia experimentar agora. Mas aconteceu — fazer o quê? Penso em várias “soluções”. A mais radical é mudar de bairro. Deixar para trás uma casa que adoro e que montei aos poucos, no ritmo que o salário aguado permitiu. Deixar para trás, também, um prédio no qual fiz amigos. É uma “solução” penosa e triste, creio. Faz com que eu me sinta covarde, pequeno, sujo, miserável. Sem falar no trampo, né? Mudança, segundo pesquisas, é uma das situações que mais geram estresse na vida. As outras são separação, morte... Mudança é um pouco separação e morte.
A outra “solução” é sugerida por amigos, que perguntam: Por que você não denuncia? Por que não procura a polícia?” Simplesmente porque não vivo dentro de um episódio de “Law & order: Special Victims Unit”, a genial série americana que ficcionaliza o cotidiano da unidade de elite da polícia novaiorquina especializada na investigação de crimes de natureza sexual. Se eu tivesse a certeza de que meu “caso” seria tratado pelos detetives Stabler e Benson, correria para a delegacia mais próxima. Na maior confiança. Como todos sabemos, não é bem o caso por aqui.
E também posso fazer o que estou fazendo neste instante: expor meu pequeno drama (que, convenhamos, não interessa a quase ninguém) nas páginas de um grande jornal como este O GLOBO. Vai ter gente se identificando, é claro. Vai ter gente criticando a superficialidade do texto (provavelmente, com razão: sou meio raso mesmo). Vai haver quem elogie a coragem do repórter, bem como quem o ache um rematado covarde. Sinceramente, leitor, sua opinião me importa. Mas pouco muda. Desculpe qualquer coisa, tá? É que na hora de voltar para casa, não vai ter detetive Benson nem Stabler, amigos, leitores ou páginas para segurar a barra. A mim, restará torcer, solo, para não encontrar os pequenos e medíocres algozes do dia a dia. Em encontrando, restará torcer para que não estejam muito bêbados ou alterados, pois isso conta — e muito — nessas horas.
O cotidiano pode se dividir entre poder ou não ser você mesmo na rua, no ônibus, no boteco... Mas convenhamos: isso ainda não é tão possível no balneário de São Sebastião. Somos toscos, mal educados, infantis e preconceituosos. Friendly my ass, isso sim. Ih, falei.
Eis a história — até agora. As cenas dos próximos capítulos? Não sei o que esperar desta trama triste. Mas sei o que não esperar no curto prazo: civilidade. E aqui me permito repetir uma obviedade: civilidade não se compra no supermercado ou na quitanda. Se constrói. Ao longo de muito tempo. E é aqui que penso numa notícia da última semana: a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina.
Não sei se a notícia foi realmente bem-vinda ou se mereceu um tratamento tão retumbante por ser muito surpreendente. Mas o fato de a Argentina ter se tornado o primeiro país da América Latina e do Caribe a aceitar o chamado casamento gay mereceu amplíssima cobertura da imprensa brasuca. Nas páginas e nas telas, parece algo de muito bom, apesar dos protestos dos usual suspects (Igreja católica, círculos conservadores, arautos da família etc). Ouso pensar que se a notícia tivesse vindo de outro país que não nosso arquirrival, teria sido ainda mais celebrada. É de bom tom na imprensa alardear correção política, mesmo quando o coração se inclina na direção oposta.
Fiel à rivalidade, não consigo parar de comparar, mentalmente, Brasil e o país hermano (que as piadinhas já transformaram em hermana). Mas quando digo país, leia-se cidade. É isso: não consigo parar de comparar mentalmente o Rio, onde sempre vivi, e Buenos Aires, ciudad que conheci ainda criança e à qual já voltei várias vezes. E acho que, no quesito friendly, BsAs ganha de longe, muito longe, do Rio.
Aqui, cabe esclarecer. Grandes questões como direito a adoção de crianças e a herança do(a) companheiro(a) são fundamentais, é óbvio. Palmas para os países que já garantiram tudo isso a seus gays, lésbicas, transgêneros, simpatizantes e quem mais chegar. Mas, em minha humílima opinião, é o dia a dia que conta. É do cotidiano que a vida é feita. Do dia de sol ou chuva, do ônibus que chega na hora ou não, que para ou não no ponto... Do chefe que te saúda ou não no trabalho, do colega que te dá uma força ou puxa o teu tapete, do amigo que te liga no momento certo. Da flanada prazerosa pela tua cidade, sem medo de pitboys e pitbulls. Ou não.
Aqui, volto à Argentina. Foi corajosa a aprovação do chamado casamento gay naquele país. Cheio de inveja, deixo meus parabéns. Não sou idiota a ponto de acreditar que uma lei acabe, magicamente, com pré-conceitos acumulados ao longo de séculos e cevados à base de ódio à diferença. Mas é um primeiro passo para uma rotina mais amena no futuro.
Quando é que vamos dar este passo? Hein?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O próximo conquistador do Mundo.


Faltando apenas alguns meses para o lançamento do livro O Roubo da Santa, o escritor Rodrigo Queiroz amarga as notícias que recebeu de seu editor.
Na semana passada, terça-feira, o escritor recebeu um e-mail de seu editor Frodo Oliveira, em que dizia que devido a sobrecarga de produção para a Bienal deste ano, o lançamento de O Roubo da Santa teve que ser adiado.
-Ainda não sei quando o livro será lançado e isso acabou fazendo com que eu interrompesse o processo de divulgação - disse o escritor por e-mail ao Jornal Multifoco.
Porém, a notícia em nada afetou sua ansiedade. Aguardando pacientemente o lançamento do livro, o escritor se isola em sua casa na simpática cidade de Mesquita, aproveitando as férias e pronto para concluir um novo trabalho.
-Não posso revelar nada por enquanto, só que esse novo livro só chegará nas mãos dos leitores a partir do ano que vem - comentou.
Em seu escritório, que exala um cheiro de ervas queimadas (ele havia acabado de defumar a casa), dou inicio a entrevista.

Diogo: Quando começou a escrever o livro?

Rodrigo: Quando passei a amar quem eu era e como eu passei a ser. Escrever O Roubo da Santa me ajudou a ser uma pessoa diferente.

Diodo: Em como escrever o livro lhe ajudou?

Rodrigo:Simples. Quando estamos percorrendo o caminho para realizar nossos sonhos, nós precisamos aprender com o que encontramos na estrada. No meu caso, escrever sobre as histórias que ouvia, sobre as pessoas que via e o que sentia em relação ao lugar onde vivo, me ajudou a entender que não estamos sozinhos, que existem outras pessoas, que existe vida.

Diogo: Então, segundo você, as pessoas só mudam quando realizam seus sonhos?

Rodrigo: Não quando realizam seus sonhos, porque aí elas já entenderam. Mas enquanto elas percorrem o caminho que as conduzirá aos seus sonhos. No caminho encontramos as alegrias, as dores, mas no final sempre encontramos a mesma coisa: a sensação de que cumprimos o nosso objetivo.

Diogo: A forma como escreve é simples, até comum, alguns até consideram desleixada. Como reage a isso?

Rodrigo: Um escritor não precisa ser complicado para ser profundo. A linguagem complicada impede que os leitores entendam o que está escrito, e sempre quando acabam de ler saem com a sensação de que foram enganadas, que o livro era uma grande mentira. No meu caso, escrever de forma que as pessoas pudessem "me" entender era o essencial.

Diogo: Como você é no dia a dia?

Rodrigo: Faço coisas comuns para alguém da minha idade: vou ao colégio pela manha, à tarde faço curso de administração e à noite é o momento de ficar com a familia e descansar, para no dia seguinte fazer tudo de novo. Mas veja bem, não é uma rotina, graças a Deus todos os meus dias são diferentes.

Diogo: Tem namorada?

Rodrigo: Não o sei se morar junto com a pessoa que ama pode ser namorar. Acho que a resposta para sua pergunta seria que estou "casado".

Diogo: Não se sente preso, limitado a fazer apenas algumas coisas?

Rodrigo: Aprendi a dividir as experiências da minha vida. Tudo, ou quase tudo, o que passo é junto da Alessandra.

Diogo: Existe algum personagem do livro que tenha sido inspirado em sua "esposa"?

Rodrigo: Na verdade não. Na minha outra entrevista e em algum outro post do meu blog eu falei sobre os personagens do livro, e quais eram baseados em pessoas reais. Alessandra existe somente para a realidade, não para ficção.

Diogo: O que deseja para seu futuro como escritor?

Rodrigo: Aquilo que qualquer escritor deseja: ser reconhecido. Já é uma benção para mim ser entrevistado pela segunda vez, outros escritores que iniciaram sua carreira agora ainda não tiveram essa oportunidade que estou tendo. Sou grato ao que vem acontecendo comigo até agora. Mas é claro que quero ser traduzido para outras línguas e conquistar o mundo.

Diogo: Quanto tempo acha que isso vai demorar?

Rodrigo: Vai depender de como vou conduzir meus passos, pois não sou eu que anda o Caminho, é o Caminho que me anda. Pode demorar dois ou cinco anos, mas vai chegar o dia em que vou chegar lá.

Diogo: Gosta de viajar?

Rodrigo: Gosto, e muito.

Diogo: Quais são os lugares que gostaria de conhecer?

Rodrigo:No Brasil gostaria de conhecer Salvador, as Dunas do Maranhão, a Floresta Amazônica e a Chapada das Diamantinas, são lugares de uma beleza extraordinária. Agora, fora do Brasil eu gostaria de conhecer o mundo inteiro. E não é sonho de adolescente, não. Eu quero conhecer todos os lugares do mundo, levar meu trabalho para lá e fazer sucesso.

Diodo: Quando se realizará profissionalmente?

Rodrigo: Quando, em qualquer lugar do mundo, alguém disser para mim: "Seus livros mudaram minha vida". Quando isso acontecer terei certeza de que estou no caminho certo.

Nesse momento dou minha entrevista por encerrada. Ao olhar aquele jovem e entusiasmado escritor, eu quase que poderia fazer uma profecia: na minha frente estava alguém que um dia teria um reconhecimento tao grande quanto de Paulo Coelho, Jorge Amado ou José Saramago (que são seus escritores favoritos). Via na minha frente um jovem que, com a força do entusiasmo, conquistaria, verdadeiramente, o Mundo.

sábado, 3 de julho de 2010

O Roubo da Santa - capítulo um

Para deleite dos leitores estarei postando aqui o primeiro capítulo do romance O Roubo da Santa.Ao acabarem de ler peço que deixem seus comentários a respeito do que acharam.



Capitulo 1


Naquela noite, não se ouvia barulho por detrás das já conhecidas entradas da Igreja de Nossa Senhora das Graças. Da Igreja ninguém se lembrava naquela época, somente os já devotos que todos os dias passavam em sua fronte, faziam o sinal da cruz em respeito à santa tão querida e amada, padroeira daquela cidade que de dia fervilhava de comerciantes, pessoas indo e vindo a todo o momento; e a noite se desertava, como se nenhuma alma existisse por aqueles arredores.
Na noite se esconde o perigo de tudo, embora muitos possam me desmentir e dizer o contrário, que na noite as coisas são belas, os casais se amam nas praças, as famílias se reúnem ao redor da mesa para o jantar, os jovens vão às ruas para levar aos outros o pouco da noção de liberdade. Mas naquela noite, noite em que a Lua se escondia por trás de nuvens de tempestades, não havia lugar para coisas belas, para casais apaixonados, para famílias que jantam na mesa, para jovens com ideais.
Pois quando a Lua não aparecia, e em seu lugar vinham as nuvens tenebrosas de uma tempestade, as coisas mudavam. E o que estava prestes a acontecer àquela noite é um exemplo claro e nítido de que nem todas as noites são feitas para o amor.
Deixando a igreja um pouco de lado, indo para mais adiante, na virada de uma rua chamada Paraná, vinha andando com passos tranqüilos, um ser desconhecido para as noites de Mesquita. Seu andar lembrava o modo como as cobras rastejavam pelo chão, sempre com a barriga a raspar pelas matas.
Andava despretensiosamente, como se naquela noite sem Lua, nada lhe pudesse acontecer, mesmo estando em lugar perigoso de Mesquita, perto das estradas, onde se encontravam os maconheiros da madrugada. Mas não se preocupava com eles. Estes já tinham destino traçado, vida curta e sem volta.
Deixou-se andar por mais alguns metros até parar em uma encruzilhada e notar que ali havia um despacho, dos mais fartos, com direito a cachaça cara do santo, alguidares recheados da comida da entidade, charutos espalhados pelos cantos. Heresia!, pensou consigo mesmo.
Continuou a andar, lembrando-se que tinha que chegar a casa da Padroeira de Mesquita e lá prestar suas “homenagens” a santa tão querida e amada por todos.
Tanto pensou que logo notou que já estava parado na frente do portão principal. Notou que estava trancado, mas não precisava de chaves, porque o portão nunca estava trancado, pois era invenção do Padre, seu Mariano, deixar o cadeado apenas como ornamento. Mas falaremos mais tarde sobre Padre Mariano e todos os seus defeitos.
Mas aquele Ser Que Andava Como Uma Cobra (vamos chamá-lo assim, uma vez que seu nome não será revelado ainda no inicio deste livro, é coisa somente para depois) sabia como Padre Mariano tratava a Igreja da Padroeira de Mesquita, com zelo e certo relaxamento.
Entrou, olhou queixosamente para a escadaria que teria que subir antes de chegar realmente a igreja, e soltou um xingamento:
- Puta que pariu!
Mas falou bem baixo, como se aquelas palavras pudessem corromper a sua já corrompida integridade.
Com esforço subiu correndo as escadas, chegando ao topo de tudo fatigado, ensopado de um suor frio, que mais se devia ao nervosismo do que a exaustiva subida.
Entrou na igreja, que sempre tinha suas portas abertas, e foi em direção aquilo que viera buscar. Viera de longe, de Portugal, coisa valiosa, rara, que passava de igreja em igreja que era construída para Nossa Senhora das Graças, que também é Oxum, rainha dos rios e das cachoeiras.
E bem em riba de um altar, estava ela, toda trabalhada em marfim vindo das presas de elefantes africanos brutalmente assassinados. O manto que lhe cobria a cabeça era costurado com fios de ouro, debaixo de seus pés, pisoteada pelos dedos de marfim, estava uma serpente toda em prata, com pedras vermelhas cravadas no lugar dos olhos.
Era isso que o Ser Que Andava Como Uma Cobra viera buscar, a santa que viera de Portugal e que era feita de marfim dos elefantes e de fios de ouro.
Iria roubá-la para si, vende-la no mercado, ganharia dinheiro e voltaria para sua terra, onde não havia pobres, miseráveis, vagabundos e maconheiros.
Nada protegia a pobre Santa naquele momento. Oh! Pobre santa que se esvai nas mãos de um ladrão barato, cujo andar era semelhante ao rastejar das cobras. Pobre santinha feita de material rico, vai embora para nunca mais voltar, habitará outro lugar e com o tempo se destruirá, não!, morrerá de desgosto, pois em Mesquita as santas também sentem dor, choram quando as roubam, e morrem quando não vêem mais gosto na vida.
O Ser Que Andava Como Uma Cobra a levou para longe, naquela noite que não foi feita para o amor.
Naquela noite mais uma santa chorou.




Atenção: É estritamente proibido a reprodução total ou parcial desta obra. A violação dos direitos autorais é punível como crime. Todos os direitos reservados à Editora Multifoco Ltda, Av. Mem de Sá 126 – Lapa - Rio de Janeiro - RJ

domingo, 13 de junho de 2010

Sobre os personagens.

No livro O Roubo da Santa o caldeirão de personagens que dão vida a obra vem causando grande interesse nas pessoas que vem acompanhando passo a passo a campanha de divulgação do livro, que já incluiu entrevistas, vídeos e posts no Twitter, Facebook, Orkut, Myspace, Sônico, Youtube e Blogger.
Porém, o que até agora se sabe sobre os personagens do livro é o pouco que foram apresentados no vídeo de divulgação.Mas esse problema acaba agora. Os personagens serão apresentados de uma forma curta e direta, para que não estrague o suspense do livro.

Personagem 1# O Autor - O próprio autor Rodrigo Queiroz por mais de uma vez aparece na trama do romance para esclarecer alguns assuntos que passaram despercebidos, apresentando novos personagens e dando sua opinião sobre alguns personagens. Suas aparições no romance são de grande importância para que o leitor desvende o mistério.

Personagem 2# Padre Mariano - Esse personagem é um dos poucos que foram baseadas em pessoas reais. Na realidade Padre Mariano (nome trocado) é pároco na Igreja de Nossa Senhora das Graças em Portugal, que teve oportunidade de visitar a cidade de Mesquita no ano de 2006 para celebrar a missa do dia da santa. No livro o personagem participa avidamente das aventuras, sendo um dos personagens mais importantes do livro. É um padre fora do comum, suas tentações são a bebida, o dinheiro e a gula. Mas como o próprio autor explicou em uma de suas aparições relâmpagos no livro, padre Mariano é o melhor padre que já teve a oportunidade de conhecer.

Personagem 3# Dona Etelvina - De todas é a personagem favorita do autor. Dona Etelvina é uma pessoa real, ialorixá do terreiro de umbanda Tranca Rua das Almas e Ogum. Dona Etelvina, na verdade, quase não aparece no romance, pois passa metade da trama incorporada por Oxossi e a outra metade por Caboclo Cobra-Coral. Mas desempenha papel importantíssimo na hora de dar pistas sobre quem roubou a santa.

Personagem 4# Delegado Eduardo - Também baseado em uma pessoa real, esse personagem foi completamente melhorado na ficção. Gordo, sempre resolvendo as coisas com uma arma na mão, as pistas a brotarem de sua mente, esse personagem, tem grande participação no livro, estando presente no momento cruciante da trama.

Personagem 5# Pastor Miquéias - Pastor da igreja do Nazareno na rua Aurora, Miquéias ajuda no resgate a santa. Embora evangélicos não aceitem o culto à imagens, Pastor Miquéias é, para o autor, a visão real de um religioso que faz de tudo para ajudar ao próximo, independente de suas crenças e dogmas.

Personagem 6# Zé Chorinho - Traficante no morro da Chatuba. Sobre esse personagem saberemos mais depois.

Personagem 7# O Culpado - Além de aparecer uma vez aqui e outra acolá, esse personagem é um enigma.

Personagem 8# Marquinho de Ogum - Herói que ajudará os outros a resgatar a santa.

Personagem 9# Oxossi, Caboclo Cobra-Coral e Exú - Esse trio desencarnado além de ter grande participação no livro, fazem parte da vida da maioria dos mesquitenses atualmente.

sábado, 12 de junho de 2010

Você sabia?


Você sabia que O Roubo da Santa não teve nenhuma alteração depois que foi escrito, e que a ao terminar de escrever o livro, Rodrigo Queiroz só mandou o original do livro para a Multifoco, que quase que imediatamente decidiu publica-lo?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Chatuba - Uma História

Chatuba é um bairro localizado no município de Mesquita.Faz divisa com os bairros de Edson Passos, Santa Terezinha e também com os municípios de Nilópolis e Rio de Janeiro.

História e Geografia

O bairro ocupa uma área que compreende uma parte do morro do maciço do Gericinó e a planície entre o morro e o Rio Sarapuí e o campo de treinamento do Gericinó e o rio da Cachoeira. À parte do morro era conhecida como bairro Delamare pois suas terras foram loteadas pelo antigo Banco Delamare, por isso uma das duas linhas de ônibus que liga o bairro ao centro de Nova Iguaçu se chama Delamare x Nova Iguaçu.
Sua ocupação habitacional tem origem entre as décadas de 1930 e 1950. O bairro da Chatuba juntamento com os bairros de Presidente Juscelino, Edson Passos, Centro de Mesquita e Banco de Areia em 1952 constituíam o recém criado quinto Distrito da cidade de Nova Iguaçu, o Distrito de Mesquita e em 1999 também compunha o recém criado Município de Mesquita. O bairro da Chatuba era caminho dos militares do exército brasileiro para os treinamentos militares no campo do Gericinó.
As pessoas foram atraídas pela abundancia de água que existia no lugar. Grande parte do território era pântano, mesmo assim o território foi ocupado sem muito planejamento, por isso em nossos dias há pontos de favelização na Chatuba, como algumas áreas na margem do Rio Sarapuí. O bairro da Chatuba já abrigou uma Fabrica de Pólvora por isso a outra linha de ônibus que liga o bairro ao centro da cidade de Nova Iguaçu se chama Fabrica de Pólvora x Nova Iguaçu.

A Questão Nilopolitana

Desde 1947 quando o Município de Nilópolis foi emancipado de Nova Iguaçu os nilopolitanos reivindicam o bairro da Chatuba para o município de Nilópolis. Eles alegam que houve um erro na divisão do território pois foi usado como divisa o Rio Sarapuí quando deveria ser usado como divisa o Rio da Cachoeira, fazendo com que se perdesse a Chatuba para o Município de Nova Iguaçu.

Urbanização

O bairro começou a ser urbanizado pouco a pouco, no começo somente as suas ruas principais eram as faltadas. Como o programa Baixada Viva, do governo do Estado do Rio de Janeiro, houve uma aceleração no investimento em saneamento básico na Chatuba. Hoje a Chatuba esta sendo beneficiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.
Suas principais ruas são:
Rua Inácio Serra (homenagem a Inácio Serra, o homem que proporcionou a primeira festa em louvor a padroeira de Nilópolis), liga a rua Adolfo de Albuquerque a rua Mário de Araújo no Município de Nilópolis;
Rua Magno de Carvalho, que liga o campo do Gericinó a Estrada de Ferro Central do Brasil em Edson Passos;
Rua Adolfo de Albuquerque, liga o campo do Gericinó a rua Abel de Alvarenga;
Rua Assú, é uma das mais importantes ruas do morro, que liga o campo do Gericinó a rua Dr Godoy;
Rua Coronel Azevedo Junior, liga o campo do Gericinó a rua Almirante Batista das Neves;
Rua Abel de Alvarenga, liga a Rua Adolfo de Albuquerque;
Rua Rondon Gonçalves, liga o morro as margens do Rio Sarapui ;
Rua Almirante Batista das Neves, liga a Av União, no bairro Santa Terezinha, a rua João Evangelizta de Carvalho, no Município de Nilópolis;
Rua Lídia, liga a Rua Adolfo de Albuquerque ao bairro de Edson Passos ;
Rua Marques de Canário, liga o morro as margens do Rio Sarapui;
Rua Doutor Godoy, liga o morro as margens do Rio Sarapui;
Rua Julio Macedo, liga o morro a Rua Almirante Batista das Neves;
Rua Coronel França Leite, liga o morro ao Município de Nilópolis.
O Bairro conta com as praças públicas Walter Borges na Rua Inácio Serra e a Praça dos Camarões na altura das Ruas Adolfo de Albuquerque e Rua Lidia, com dois postos de saúde, um na rua Inácio Serra e outro na Rua Coronel França Leite ao lado do Departamento de Polícia da Chatuba, duas creches municipais, uma na Rua Inácio Serra e outra na Rua Marques de Canario com a Rua Magno de Carvalho, e duas escolas municipais, uma na Rua Magno de Carvalho e outra na Rua Lídia com a Rua Rondon Gonçalves, dois colégios estaduais o CIEP Nelson Cavaquinho na Rua Inácio serra e o C.E. Pierre Plancher na Rua Abel de Alvarenga, dentre algumas escolas particulares.

Transporte

A primeira empresa de ônibus a operar na Chatuba foi, a hoje extinta, Nossa Senhora da Conceição, e foi sucedida pela empresa Expresso São Francisco e hoje a principal empresa de ônibus é a Viação Vila Rica.Tembém passa pelo bairro a Viação Turismo Transmil. O Bairro da Chatuba pode ser visto da Estação Ferroviária de Edson Passos que também é muito utilizado pelos moradores do bairro.
Linhas de ônibus
Viação Vila Rica Ltda:
461I Nova Iguaçu x Fábrica de Pólvora;
460I Nova Iguaçu x Delamare;
1005 Edson Passos x Delamare.

Religião

No período de sua ocupação tem-se origem as igrejas mais antigas do bairro como a Comunidade de São Francisco de Assis assim como a Igreja Evangélica Assembléia de Deus da Chatuba, Assembléia de Deus em Fábrica de Pólvora e a Primeira Igreja Batista em Chatuba. Destaca-se também no bairro o grande número de terreiros de Umbanda e Candomblé.

domingo, 6 de junho de 2010

Você sabia?


Você sabia que O Roubo da Santa foi escrito em 14 dias, e que antes de terminar de escreve-lo Rodrigo Queiroz escreveu dois finais diferentes para o livro!
Segundo o escritor o final descartado está guardado dentro de um envelope, dentro de uma caixa de madeira, trancada com cadeado.
Isso é que é segurança!

domingo, 30 de maio de 2010

Mesquita - Uma História

Mesquita

Mesquita é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro, emancipado de Nova Iguaçu. Sua população, constituída basicamente de classe média, está estimada em cerca de 190.056 habitantes.[2] O nome Mesquita é uma referência ao Barão de Mesquita, proprietário das fazendas que hoje constituem a região central do município. Mesquita conquistou sua emancipação no final da década de 1990, sendo o município mais recente da Baixada Fluminense. Faz parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
História
Há cerca de 500 anos, a região de Mesquita era habitada por jacutingas, apelido dado aos índios locais pelos colonizadores. Acredita-se que o nome possivelmente surgiu porque se enfeitavam com penas de jacu branco, um tipo de ave parecida com a galinha e muito comum na região naquela época.
A decadência dos jacutingas começou quando passaram a participar, junto com outras nações indígenas, de um movimento chamado Confederação dos Tamoios. O motivo deste movimento foi a revolta dos silvícolas diante da ação violenta dos portugueses, provocando mortes e escravidão.
Na língua do Tupinambás “Tamuya” quer dizer o avô, o mais velho, o mais antigo, por isso essa Confederação de chefes chamou-se Confederação dos Tamuya, que os portugueses transformaram em Confederação dos Tamoios.
A guerra entre índios e portugueses, seguida de doenças, contraídas pelo contato com o branco, dizimou centenas de índios, que lutaram para resistir à escravidão. O bairro de Jacutinga é o único em toda a Baixada Fluminense que ainda preserva a memória dos valorosos indígenas.
Fazendo uma viagem de volta ao tempo descobriremos que as terras já foram verdes, laranjas. Verde dos canaviais, depois a cor que passou a predominar foi a dos laranjais. Por volta de 1700 um engenho já funcionava na descida da Serra da Cachoeira, produzindo açúcar e aguardente com mão-de-obra escrava.
O engenho era situado onde hoje temos o Parque Municipal e seu proprietário era o Capitão Manoel Correa Vasques. As terras de Cachoeira passaram por vários donos, até que foram parar nas mãos de Jerônimo José de Mesquita, o primeiro Barão de Mesquita, e, mais tarde, nas mãos de seu herdeiro, Jerônimo Roberto de Mesquita, que viria a ser o segundo Barão de Mesquita.
Em 1884, quando a Estrada de Ferro chegou às terras, a parada de trem passou a se chamar Barão de Mesquita. Nessa época as fazendas começaram a não dar mais lucros, principalmente por conta do Abolicionismo, e a fazenda da Cachoeira foi vendida e transformada em chácaras de plantio de laranjas. No início do século XX surgiram as olarias, atraídas pela qualidade do barro e por áreas alagadas da região.
Durante muitos anos a paisagem de Mesquita foi formada por laranjais, olarias e poucas residências. Por volta de 1940 a população atingia cerca de 9.109 mil habitantes, mas a decadência na produção de laranjas provocou a venda das chácaras e começaram a surgir os primeiros loteamentos, entre o pé da Serra e a ferrovia. Pouco a pouco as olarias também deram lugar aos loteamentos e, em 1950, a população triplicou para 28.835 mil habitantes.
No final da década de 1940 e início dos anos 50 começaram a se estabelecer, em Mesquita, fábricas que ajudaram a impulsionar a economia da região: BRASFERRO, metalúrgica de grande porte, a IBT, também metalúrgica e a PUMAR, indústria de sombrinhas. Começava o período de industrialização que iria empregar centenas de moradores mesquitenses.
Em 1999, após uma batalha judicial que envolveu o Comitê Pró-Emancipação, a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Nova Iguaçu, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro e o Supremo Tribunal Federal, este último decidiu pela emancipação de Mesquita do município de Nova Iguaçu.
Em 15 de setembro de 1999 é votado o Projeto de Lei da Emancipação e em 25 de setembro de 1999, o então governador Anthony Garotinho, sancionou a lei que cria o município de Mesquita.
As primeiras eleições da cidade ocorrem em 2000, saindo-se vitorioso José Montes Paixão, que fazia parte do Comitê pró-Emancipação. A cidade é instalada a 1.º de janeiro de 2001.
Geografia
O Parque Municipal de Nova Iguaçu é o primeiro geoparque do Rio de Janeiro. Este parque possui uma cratera vulcânica e tipos rochosos associados, além de remanescentes da Mata Atlântica. Mesquita também possui muitas cachoeiras e matas.
Localização
Mesquita limita-se com os municípios de: Nova Iguaçu, a norte; Nilópolis, a sul; Belford Roxo, a leste; São João de Meriti, a sudeste e Rio de Janeiro, a oeste.

Divisão administrativa

Bairros
• Centro
• Banco de Areia
• Chatuba
• Coreia
• Cosmorama
• Edson Passos
• Jacutinga
• Presidente Juscelino
• Rocha Sobrinho
• Santa Terezinha
• Santo Elias
• Vila Emil

Transporte

Os principais acessos rodiviários de Mesquita são: a Via Light, que corta o bairros de Jacutinga e Rocha Sobrinho e é a principal ligação com o subúrbio do Rio de Janeiro; e a Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre o município e a cidade do Rio de Janeiro.

Rodoviário

Linhas de ônibus
• Mirante/Vila Rica
• Transmil
• Nossa Senhora da Penha
• Nilopolitano
• Expresso São Francisco

Ferroviário

Mesquita é cortada pela ferrovia da Linha Japeri, que conecta a Central do Brasil e o município de Japeri, sendo servida por três estações:
• Édson Passos
• Mesquita
• Presidente Juscelino

Cultura

Carnaval

O carnaval de Mesquita, já foi considerado o melhor da Baixada Fluminense, é organizado principalmente na região do centro, mais precisamente no entorno da Praça Elizabeth Paixão. O município também possui vários blocos populares, além disso recentemente foi criada a escola de samba GRES Chatuba de Mesquita, cujas cores são o verde e o branco, em homenagem às cores oficiais da cidade.

Esportes

O Louzadão, casa do Mesquita Futebol Clube.

O principal esporte praticado em Mesquita é o futebol. Os principais clubes de futebol da cidade são o Mesquita Futebol Clube e a Associação Atlética Volantes, que disputam o Campeonato Carioca. O município também abriga dois estádios: o Estádio Niélsen Louzada e o Estádio Giulite Coutinho, este último também conhecido como Estádio de Edson Passos, que é a casa do América Futebol Clube.

sábado, 22 de maio de 2010

O escritor Rodrigo Queiróz fala sobre o livro O Roubo da Santa.

Reporter: O que é O Roubo da Santa?

RQ: O livro é uma declaração de amor à minha cidade e à minha gente. Embora eu morasse em Mesquita por 16 anos, foi só enquanto eu escrevia O Roubo da Santa que eu conheci Mesquita em toda sua totalidade.

Reporter: Como surgiu a idéia de escrever sobre um roubo?

RQ: Surgiu enquanto eu fazia minha própria peregrinação por minha cidade. Trabalhava como entregador e via as pessoas passando pelas ruas, contando suas histórias, sérias ou corriqueiras. Via os lugares, e dentro de minha cabeça a história começou a se formar. O que veio depois foram apenas os temperos para ilustrar o livro.

Reporter: Com 16 anos, voce se considera novo demais para começar uma carreira como romancista? Por que não escolheu outras carreiras como medicina, engenheiro...?

RQ: Quando temos um sonho fazemos o possível e o impossível para que ele possa se realizar. Ser escritor era meu caminho nessa vida, era aquilo que eu deveria fazer para ser feliz, embora essa idéia de felicidade seja falsa. O que veio antes foi um período de aprendizado onde tive que ler e ler muito. Ser escritor era meu sonho, e a cada dia eu transformo esse sonho em realidade. Agora, quanto a escolher outras profissões eu até poderia pensar no assunto, mas mesmo sendo médico, engenheiro ou advogado eu ainda assim seria escritor.E não me considero novo demais, existem pessoas que começam a escrever com 70 ou 90 anos; por que eu não poderia escrever com 16?

Reporter: Acha que há espaço para jovens escritores no Brasil?

RQ: É claro que sim. Hoje em dia, tanto no Brasil quanto em qualquer outro lugar do mundo, o espaço para que os jovens possam se expressar cresce a cada dia. Quanto a literatura não há muitos jovens, porque muitos estão interessados em música e em resolver problemas de relacionamentos e esquecem que existem as palavras, os sentimentos transformados em letras.

Reporter: E quanto aos personagens que compõem a narrativa do livro? Como foi criá-los?

RQ: Não foi difícil, pois a maioria dos personagens do livro são pessoas reais ou baseadas em pessoas reais, como é o caso de Dona Etelvina, mãe de santo conhecida em Mesquita, ou Padre Mariano (nome trocado), padre competente que faz das missas de domingo algo mais enriquecedor.

Reporter: Falando em missas, é verdade que não gosta de ir à igreja?

RQ: É verdade. Quando era criança eu ia à igreja porque era obrigado, conseqüentemente eu detestava. Depois de certo tempo, conforme fui adquirindo conhecimento sobre a história da igreja, aprendi que as coisas que eram ditas dentro dessas instituições são uma grande mentira inventada pelos homens. As igrejas se transformaram nas casas dos homens e não na casa de Deus.

Reporter: Então não acredita em Deus?

RQ: Muito pelo contrário. Acredito que exista um Deus, e que esse deus foi mascarado pelos homens. Acredito também na existência de outras forças espirituais tais como os orixás, os deuses egípcios, romanos, gregos, hindus, e uma infinidade de outros deuses, pois todos esses são uma manifestação de um só Deus.

Reporter: No livro voce coloca representantes de religiões diferentes em confronto.Como então fazer o leitor entender que precisamos de tolerância?

RQ: Uma correção. No livro eu não os coloco em confronto, pelo contrário. Eu os uno, para que juntos possam resgatar a santa. É justamente nas horas de aperto que as pessoas costumam se unir.

Reporter: É espírita?

RQ: Talvez voce tenha feito essa pergunta por eu ter usado como pano de fundo o culto aos orixás. Mas na verdade não tenho religião. Acredito na idéia de que Deus está em qualquer lugar, e não necessariamente numa igreja como tem sido imposto durante várias gerações.

Reporter: Em quanto tempo escreveu O Roubo da Santa?

RQ: Escrevi o livro em duas semanas. Queria escrever em menos, mas tive alguns imprevistos.

Reporter: Já tem idéias para um próximo livro?

RQ: No momento prefiro aproveitar cada momento bom que O Roubo da Santa poderá me dar. Mas não escondo que já comecei a fazer alguns rascunhos para um próximo romance.

Reporter: Pode adiantar alguma coisa?

RQ: Só que o livro falará sobre assuntos um pouco incômodos.

Reporter: Para finalizar, o que diria para os jovens que querem seguir seus sonhos.

RQ: Que nunca desistam. Para realizar seus sonhos precisamos de duas coisas: primeiro, precisamos de coragem, porque não podemos ter medo de errar; e segundo precisamos de perseverança, porque não podemos desistir.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Em Breve!

Este espaço será usado para divulgação e posts sobre o mais novo fenômeno literário. Aguarde novas informações.